sexta-feira, 17 de abril de 2009

Apanhando Mais Uma Vez Da Vida (9)

Nesse momento ele havia recobrado totalmente a sua memória, e com certeza ele nunca havia visto aquele cara na vida, muito menos ele era seu amigo.
Mas achou por bem não dizer nada, iria se passar por desmemoriado mesmo, afinal ele não sabia qual era a intenção daqueles dois.
Depois de algum tempo o companheiro do outro chega onde eles estão, e se acomoda numa cadeira dessas de boteco, de ferro, já muito surrada e velha.
E manda o outro se virar e arrancar alguma coisa dele, senha de banco, onde ele morava,e etc.
Eles estavam perdendo tempo demais com ele,e eles já estavam ficando bastante impacientes com isso, precisavam logo arrancar alguma coisa dele.

Começaram então a ameaçá-lo se ele não parasse de teatrinho e não desse alguma coisa de concreta e de valor pra eles, eles iriam começar a bater, ameaçaram de morte e etc, mas ele sabia que aquilo tudo era um blefe, ele podia estar fraco e desorientado, mas não era tão burro assim, e toda aquela armação que fizeram contra ele, o fez mudar a sua visão da vida naquele instante, jurou pra si mesmo que não iria mais se importar com os sentimentos dos outros.
Se alguém aparecesse na sua frente com algum problema, seja a pessoa um amigo ou uma desconhecida num dia de chuva num ponto, ele não iria nem querer saber de nada, e diria que tem coisa mais importante pra fazer.

E desse jeito, ele começou uma etapa nova na sua vida, a de se fechar mais ainda pro mundo, iria ser a própria personificação do egoísmo extremado.
E aqueles dois seres na sua frente, não passariam de insetos insignificantes, ignorantes e sem um pingo de inteligência.
Prometeu que quando saísse daquela situação de impotência, ele iria ter a sua vingança, a sua doce e bem tramada vingança, mas, no presente momento, só lhe restava ficar ali vendo aquele show de ameaças.

O rapaz que o fora buscar no hospital começa a se exaltar e a gritar com ele, querendo que ele desse logo o cartão do banco e a senha, pra que eles pudessem pegar seu dinheiro e liberá-lo.
Ele sorriu, um daqueles sorrisos de deboche que dá raiva até na mais calma das pessoas e falou:
"Se tivesse algum cartão de crédito comigo, você não acha que me identificariam através dele no hospital seu animal!!!"
Falou aquela frase quase que como tirando mais um peso de sua alma, a timidez e o medo de encarar as pessoas.
E disse mais:
"Se me identificassem eu não ficaria naquele hospital, pois eu tenho plano de saúde"
Isso era uma tremenda de uma mentira, ele não tinha plano de saúde nenhum, mas achou que era a sua hora de brincar de mentir um pouco.

O outro cara que estava sentado na cadeira de ferro, se irritou profundamente e levantou, enquanto isso começaram a bater na porta desesperadamente.
Nada que fosse impedir o que estava pra acontecer, pois o destino dele era incerto, como jamais foi cheio de tantas incertezas quanto aqueles dias de tormento que ele estava passando.
Enquanto o rapaz que foi no hospital buscar ele abria a porta, o outro lhe deu uma pancada com uma madeira atrás de sua cabeça, e quando ele caiu no chão com as mãos amarradas, e mais uma vez antes de perder a consciência, ele vê uma mulher e alguns policiais entrarem no apartamento de armas em punho.
Estava salvo daqueles babacas, mas queria ver quem era a boa alma que o tinha tirado daquela enrascada.
Quando ele consegue olhar pra cima, quase desmaiando, ele vê um rosto meio embaçado, mas não tinha como não se lembrar, era ela...

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