sábado, 18 de abril de 2009

Chegando Perto Dela (10)

Mais uma vez ele se perde no mundo da inconsciência, mas antes disso acontecer ele consegue tirar forças pra esboçar um sorriso, um sorriso de alívio por ter sido salvo pelos policiais, um sorriso de raiva de si mesmo, por ter caído na armadilha que aquela mulher armou pra ele, logo quando ele achava que tinha encontrado uma pessoa que pudesse ser feliz ao seu lado, a única mulher que tinha lhe chamado a atenção em tanto tempo, tinha ajudado num plano pra somente tirar proveito das coisas que ele tinha, e ajudando assim só a aumentar a sua desconfiança perante o mundo, apagou...

Acordou pouco tempo depois dentro de um carro em movimento, e se levantou devagar, estava dentro da viatura policial, um dos policiais lhe disse que os dois caras que o tinham pego já eram procurados há muito tempo, não eram nada demais, mas a organização que estava por trás deles que era realmente forte, eles eram apenas peões que camuflavam as coisas maiores.
O policial lhe disse que ele teria que ir pra um hospital primeiro dar uma olhada na pancada na cabeça, e que eles estavam seguindo pra lá, mas ele se lembrou que fugiu de um hospital público, não se lembrava qual, mas era melhor evitar jogar com a sua sorte, que estava muito boa pra foder com ele.

Então ele disse que não precisava, que depois ele poderia ir para o hospital que a empresa dele tem convênio, que seu plano de saúde era muito bom e que ele quase não o usava, mais uma vez mentiu sobre o plano de saúde, mas dessa vez era realmente necessário.
O policial disse que ele teria que então ir até à delegacia prestar depoimento pra colocar os dois atrás das grades de uma vez por todas, e não seria difícil pois foram pegos em flagrante.
Ele disse que iria sem problema nenhum, e olhou pra parte traseira da viatura, onde estavam os seus dois algozes, e disse:“Quem está rindo agora benzinho?”
Aquilo arrancou gargalhadas dos policiais.
Os dois presos tentaram bater na grade que separava eles dos demais, então o policial do banco do carona mandou eles pararem:
“Fiquem quietinhos ai, estão parecendo dois cachorros de rua num canil”
Mais uma vez todos riram, e o nosso herói achou que seria legal ter esse mesmo poder, o de proteger as pessoas inocentes e desdenhar dos vagabundos.

Eles fizeram o retorno, já que a delegacia ficava do outro lado e eles estavam indo para o hospital, mas como não precisavam mais.
Quando chegaram finalmente até a delegacia, ele desceu do carro e ficou esperando do lado de fora os dois presos saírem também, estavam algemados e com cara de poucos amigos, ele não resistiu e falou:
“Vou jogar limpo com você “Camaradinha”, vou fazer a caveira de vocês”
E entrou rindo, como se tivesse com a alma lavada depois de tantos acontecimentos ruins naqueles dias que passaram, se dirigiu até um banco e ficou esperando ser chamado pra dar seu depoimento.
Ele contou tudo que aconteceu, e mentiu dizendo que fora atacado na rua por eles, e não que estava numa cama de hospital sem memória nenhuma.
O depoimento foi tomado com atenção, e depois ele assinou seu nome na folha de ocorrência e já poderia ser liberado.
E ficou então pensando em perguntar aos policiais se eles sabiam de onde a mulher misteriosa era, saber o seu nome, alguma pista dela, mas achou melhor não perguntar mais nada e ir pra casa, que ele se lembrava muito bem onde era.
Quando ele já estava saindo da delegacia, um dos policiais o chamou:“Ei rapaz, eu tenho uma coisa pra você”
Ele chegou perto do policial, e então ele lhe deu uma folha de caderno um pouco amassada, e o policial disse:
“Você deve ter alguma coisa diferente, essas mulheres não fazem isso por nenhuma de suas vítimas”
Deu uma risadinha e entregou-lhe o papel.
Antes mesmo de ele abrir o papel ele já sabia de quem era, ele podia não ter visto muito bem o rosto da mulher que levou os policiais ao apartamento, mas aquele perfume que exalava da carta, só poderia ser de uma única pessoa nesse mundo...

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