quinta-feira, 9 de abril de 2009

Acordando Pra Vida (1)



Segunda-Feira, 7 horas da manhã.
Ele se levanta pra mais um dia de tormento, mais um dia de tédio no trabalho.
Como se já não bastasse o seu mau-humor clássico, pra ajudar um pouco a piorar as coisas, estava chovendo e fazendo um frio de bater os queixos, daqueles que dá vontade de ficar enterrado no colchão e usar um cobertor como a tampa do caixão.
Finalmente toma coragem pra desligar o chato despertador, que ele estrategicamente colocou no chão, na porta de entrada do quarto, pois se ele estivesse perto demais dele, era bem provável que ele o atirasse longe e jamais iria levantar da cama, pra nada.
A sua vida era uma monotonia de fazer frente aos suicidas mais experientes, daqueles que sempre esperam a morte.


Tomou seu banho frio, pra despertar mais ainda, vestiu sua roupa e foi para a cozinha tomar seu café quase frio, do dia anterior, dia esse que ele queria esquecer, como todos os domingos de um solteiro anti-social, que não tinha amigo nenhum, pois a sua presença não era muito bem-vinda, pois ele era um crítico na raiz da sua alma, não conseguia olhar pras pessoas sem julgá-las.
Saiu de casa com seu guarda-chuva velho, e foi andando rapidamente pro ponto de ônibus sem prestar atenção em nada na sua frente, apenas conseguiu perceber um perfume doce e suave de um vulto negro que passou correndo do seu lado, um perfume misterioso e agradável, mas ele estava concentrado demais em chegar logo no seu destino.


Chegou rapidamente no ponto, se abrigou da chuva e fechou seu guarda-chuva, colocando-o em uma sacola de mercado e depois abriu a mochila e enfiou dentro com raiva.
Mas ele começou a ouvir um barulho abafado, bem baixinho, que nem mesmo o seu coração cinza e feito de pedra não conseguiria deixar de notar, era aquele vulto negro de perfume misterioso que estava ali, sentada naquele banco imundo, de cabeça baixa e chorando baixinho.


Ele só deu pra ver que o cabelo da moça era ruivo, mas um ruivo bem suave, daqueles que não é vulgar,e as unhas bem feitas pintadas de preto.
Ele ficou ali parado sem saber o que fazer, ficou imaginando:
"Será que eu pergunto o que está acontecendo?"
Mas, como ele sempre dava sorte com as mulheres, era bem provável que ele levasse um tapa na cara, afinal de contas ele nunca havia falado com uma estranha antes.
Passados alguns minutos, ele viu que seu ônibus estava chegando, mas tinha alguma coisa dizendo pra ele ficar ali naquele ponto, perto daquela mulher que ele sequer havia visto o rosto.
E mal sabia ele, que naquele dia chuvoso de segunda-feira, a sua vida iria mudar pra sempre...

4 comentários:

  1. Cara você vai ser escritor e vai ficar rico kkkkkkkkkkkk ... Esse é meu garoto rsrsrsrsrsrs

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  2. Fiquei arrepiada!!!!!!!!!!
    Show de bola!!!
    Concordo com a Ágatha.
    Bjs.

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