quarta-feira, 29 de abril de 2009

Voltando À Rotina (14)

Nesse mesmo dia ele ligou para o trabalho perguntando se poderia voltar, ele sabia que explicando tudo como aconteceu, sem contar muitas mentiras ele seria aceito de volta, além de ser um ótimo funcionário ele era amigo de todos na empresa.
Ele trabalhava numa empresa grande, era encarregado de fazer a manutenção nos computadores da empresa, e sempre ficava pra lá e pra cá o dia inteiro, conversando com todas as pessoas, e apesar de ele ser um cara fechado, conseguia ter a amizade de quase todos.

Ele se dirigiu até o seu chefe primeiramente, e contou toda a história em detalhes, e depois de alguns bons minutos no escritório dele, ele poderia voltar ao seu trabalho normal.
Ele foi começar seu trabalho de rotina, que enquanto ele não estava presente foi feito muito bem pelos seus colegas de setor, mas ele era o melhor de todos mesmo, e merecia o cargo que ele tinha.
Por causa disso, somente entre o pessoal da manutenção técnica, ele não era muito bem aceito entre eles, pois ele sempre era muito na dele, e mesmo assim, as pessoas sempre exigiam que ele fosse resolver os problemas delas.
Apesar de uma sobrecarga enorme de trabalho por causa disso, ele sempre amou o que ele fazia, que era ajudar as pessoas com seus talentos, não só talentos profissionais, mas como ele também era um bom conselheiro pros amigos mais íntimos.

Chegou a hora do almoço e ele foi se encontrar com a sua melhor amiga na empresa, uma menina dessas bem expansivas mesmo, espontânea e que sempre arrancava gargalhadas dele, seja com as coisas que ela falava, ou com o jeito dele de nunca se importar com nada que ela fizesse, ela simplesmente fazia e pronto.
Ficaram conversando sobre tudo que tinha acontecido com ele, e ela como todo vez fazia perguntou a ele quando que ele iria achar uma mulher pra casar, e ele respondeu:
“Assim que você achar um homem pra casar”
Eles riram muito disso, pois sabiam que aquilo hoje em dia era praticamente impossível, ninguém queria compromisso com ninguém, queriam apenas curtir a vida do jeito que desse, e ele mesmo tinha provado um pouco daquilo, e admitiu que era realmente bom.
Curtir a noite sem compromissos, sem cobranças e sem ter que dar satisfações pra ninguém, disse pra ela que estava numa de mudar a personalidade e ser mais acessível, mais sociável mesmo, ela concordou e deu um beijo no rosto dele, saindo correndo pro banheiro, ela era sempre assim, imprevisível e autêntica.

Ele ficou esperando ela voltar do banheiro lembrando de Melissa, e achou que era hora de admitir que estava apaixonado por ela, ele não podia mentir para si mesmo, e resolveu contar à Késsia o que estava acontecendo.
Quando ela voltou ele foi contando a história toda, que é claro, não deu pra terminar antes da hora do almoço acabar, então ela disse:
“Te encontro no final do dia, nós vamos sair pra beber, e você vai me contar tudo, e com todos os detalhes sórdidos!”
Ele riu e concordou com a cabeça que sim.
Saíram juntos para irem até o bar que o pessoal costumava fazer o happy hour, enquanto ele foi contando a história com detalhes, ela ia se agitando na cadeira, mexia o gelo do copo de bebida com os dedos, arregalava os olhos, estava muito inquieta mesmo.
E ela disse no final das contas que ele tinha que de qualquer forma, ir até essa boate e procurar a tal mulher.
E ele nem precisava desse pequeno empurrão pra cometer o maior erro da vida dele:
Se envolver com Melissa...

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