domingo, 3 de maio de 2009

Chegando O Dia (18)

Mais uma vez ela se mostrava muito mais esperta do que ele, e também uma mulher bastante emotiva e imprevisível.
Ele adorava aquele comportamento nela, apesar de não conhecer ela a fundo, já dava pra traçar algumas características da personalidade dela.
Ele pegou o casaco e saiu andando pra chegar até ela, mas como o destino estava sendo muito bonzinho com ele, ela conseguiu se desvencilhar das pessoas empurrando todo mundo e abrindo caminho a força, e como gerou uma pequena confusão essa atitude dela, ficou mais difícil ainda de ele conseguir se mexer.
E aqueles poucos segundos de confusão foram suficientes pra ele a perder de vista mais uma vez...

Quando ele conseguiu sair daquela confusão toda e chegar à porta de saída da sala, já era tarde demais pra alcançar Melissa, como num passe de mágica, ela tinha desaparecido na neblina daquela noite de extremo frio.
Ali que ele percebeu que estava arrepiado de tanto frio, e colocou o casaco pra se proteger do frio que fazia naquela madrugada tão estranha.
Resolveu andar um pouco pra ver se o efeito do álcool passava, e também pra pensar um pouco naquilo tudo que estava acontecendo na vida dele.
Ele tinha uma vida que achava que era interessante, interessante apenas pra ele, depois que ele começou a sair, percebeu que ele não tinha vida nenhuma, que ficar trancado em casa era a coisa mais triste que podia acontecer a uma pessoa.

Apesar de todos os problemas que aquilo tinha causado a ele, ele se sentia muito feliz e mais forte pra enfrentar a vida de peito aberto, tinha passado pelas coisas mais difíceis de sua vida em menos de 2 semanas, e se sentia finalmente vivo, vivo de verdade, com objetivos na vida, e com um possível amor pela frente.
Depois de andar uns bons minutos pela rua sem direção, resolveu voltar pra casa de Jessy, ela deveria estar preocupada com ele.
Chegando perto da casa dela ele pôde ver que muitas pessoas já estavam saindo da festa, então ele olhou no relógio e viu que já eram quase seis horas da manhã, e pessoas que vão pra festas assim não gostam muito de sol, inclusive ele.

Ele entrou e ajudou Jessy a arrumar superficialmente a bagunça pós festa, que é a parte mais chata, e que ninguém da festa participa.
Ficaram conversando sobre a festa, e ele disse pra ela que Melissa estava ali dentro, tão perto dele e ele não conseguiu fazer nada, a não ser perder ela de vista mais uma vez.
Jessy então falou:
“Essa puta não escapa da gente hoje de noite meu anjo”
“Olha, já está julgando as pessoas?”
“Você sabe que é meu jeito de falar né?”
“Claro que sei sua magrela maluca”

E depois ele foi dormir no quarto do irmão dela, que estava viajando e não se importaria de ele ficar por lá.
Ele tomou um banho e colocou uma blusa do irmão de Jessy, e ficou deitado tentando dormir com aqueles pensamentos na cabeça, todas as coisas que aconteceram na festa, em apenas uma noite, as coisas na vida dele estavam acontecendo sempre assim, inesperadamente e cheias de alegria e frustração.
Ele só ficava pensando nela, em Melissa, e pensando muito nela, adormeceu sorrindo com a possibilidade de encontra-la na boate.
E ele já estava preparado pra alguma tragédia, nada era tão simples com aquela mulher, e nem nunca iria ser...

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